Houve necessidade de repetir algumas regras de jogos, nas suas variantes, para dar não só uma imagem fiel desta ou daquela região ou lugar, mas também para mostrar a criatividade do povo, a sua capacidade de adaptação às condições de tempo, terreno, idade, sexo e meios materiais. Se a cultura reside na diferença, então as variantes são uma boa forma de expressão cultural. Interessante estudo etnológico seria o de mostrar até que ponto as variantes reflectem outros aspectos culturais; mas esse trabalho, que nalguns casos abordámos, é muito dificultado pela antiguidade das mesmas variantes, que não nos deixa esclarecer problemas linguísticos, de materiais e de sensibilidade.
Quanto à localização: as descrições dos jogos referem-se às regiões onde foram recolhidos, embora alguns tenham maior expansão. Como se pode ver, no entanto, esforçámo-nos por indicar os lugares onde os jogos comuns se praticam.
in CABRAL, António – Jogos populares portugueses de jovens e adultos. 3.ª ed. Lisboa : Notícias, 1998. ISBN 972-46-0924-3.