Um dado, numerado de um a seis, que o chamado banqueiro agita dentro de um púcaro de lata ou copo de plástico, à vista dos outros jogadores e da assistência. Volta a boca do recipiente para baixo, ocultando o dado. Numa placa ou cartão rectangular há seis casas numeradas de um a seis, como o dado. Os jogadores colocam moedas ou notas numa ou em várias casas. O banqueiro levanta, então, o recipiente para que se veja o número do dado voltado para cima. Por cada quantia da casa correspondente a esse número o banqueiro tem de dar aos apostadores cinco vezes mais; as outras quantias ficam em seu poder.
É um jogo de feiras e festas populares muito do gosto dos ciganos.
Desde o princípio da Monarquia que em Portugal o jogo de dados não foi bem visto por toda a gente, caindo sobre os seus praticantes muitos castigos (ver Um Pouco de História). No reinado de D. Manuel I, tendo-se juntado uns homens em certa casa para jogarem, houve quem alvitrasse os dados. Um deles fulminou-o logo:
“Senhores, nem por pensamento nos passe que há no mundo dados, porque não há mor prova de eles serem infernais que ser a eles jogada a vestidura de Nosso Senhor Jesus Cristo.”
Notas
SARAIVA, José Hermano – Ditos portugueses dignos de memória. Lisboa : Europa-América, [s.d.]