A designação de jogo popular tem sido a preferida pelo autor deste livro, pelas seguintes razões: há jogos populares que não são tradicionais, como por exemplo, o Elástico e as Caricas, de prática recente; um dos jogos mais tradicionais, o Xadrez, não é popular; e, além disso, as tradições não são obrigatoriamente populares, seja o caso das académicas e das forenses. Temos de admitir, no entanto, que os jogos populares são tradicionais na sua larga maioria, o que é facilmente demonstrado pela etnografia e pela história.
Transcreve-se de M. Viegas Guerreiro (Guia de recolha de literatura popular, Lisboa, 1976) o seguinte raciocínio: “Com a designação de literatura popular concorrem as de literatura tradicional e oral. Tradicional não é adjectivo preferível. Tradicional é do mesmo modo a literatura erudita, que persiste no tempo, sem nunca chegar à voz do povo ou ao seu uso. Oral, por outro lado, contradiz literatura, que por si quer dizer arte expressa em palavra escrita.” Com este ponto de vista (preferir popular a tradicional) concorre o de A. Machado Guerreiro em estudo a publicar sobre Teatro Popular.
O paralelismo da literatura popular com o jogo popular está à vista.
in CABRAL, António – Jogos populares portugueses de jovens e adultos. 3.ª ed. Lisboa : Notícias, 1998. ISBN 972-46-0924-3.